jueves, 6 de agosto de 2009

A política ambiental do imperialismo e a luta pola terra na Amazônia

A presente declaraçao esta tomada da pagina Resistencia Camponesa


A política ambiental do imperialismo e a luta pola terra na Amazônia.
O problema agrário no Brasil nunca foi resolvido em mais de cinco séculos. A principal contradição em nosso país, a que opõem grandes latifundiários e camponeses pobres sem terra ou com pouca terra, longe de atenuar-se torna-se cada vez mais aguda, devido a enorme concentração de terras. Seja pelo latifúndio de velho tipo ou de novo tipo (agronegócio), seja pela criação de enormes reservas ambientais controladas por ONGs estrangeiras e "nacionais" com a conivência de políticos, intelectuais e cientistas vendidos.
As políticas ambientais de conservação são ditadas e dirigidas pelo imperialismo, sendo a principal organização desta política a USAID, que possui um programa específico para a preservação ambiental chamado Global Conservation Program (GCP) que consiste numa parceria com 6 grandes ONGs: World Wildlife Fund (WWF), Conservação Internacional (CI), The Nature Conservance (TNC), Fundação da Vida Selvagem Africana (AWF), World Conservation Strategy (WCS) e Enterprise Works/VITA, todas mantidas com recursos vultuosos de corporações como HewletPackard, 3M , Abercrombie & Kent , Alcoa, Anglo American, Anheuser-Busch, Aveda, BG Group, British Petroleo, Bank of America, BHP Billiton, Bunge, CARE, Cargill, CEMEX, ChevronTexaco, Citigroup, , The Coca-Cola Company, ConocoPhillips, Ford Motor Company, Intel, International Paper, Kraft Foods Inc., McDonald's, Mitsubishi, Native Energy, Shell, Starbucks, Statoil, Stonyfield, Sustainable Forest Management, United Airlines, United Technologies, Wal-Mart, The Walt Disney Company, só para citar algumas. Segundo a USAID o programa opera para alcançar a conservação da biodiversidade em regiões consideradas estratégicas, porque são ricas em recursos naturais.O Global Conservation Program (GCP) tem atuado em mais de trinta países e sua ação resultou em atividades que englobavam uma área de 33 milhões de hectares sob sua gestão, ou seja, sob a ação das ONGs consorciadas da USAID como a WWF, CI, AWF, WCS.As políticas preservacionistas do imperialismo norte-americano estão voltadas para a utilização futura de recursos naturais e da descoberta de plantas que sirvam à indústria milionária dos remédios.
No Brasil, segundo dados do IBGE, existem mais de 300 mil ONGs, destas 100 mil estão na Amazônia.As grandes ONGs transnacionais atuam influenciando as políticas ambientais dos governos devido a enorme capacidade de arrecadação de recursos financeiros, com grandes doações de corporações financeiras; realizam grandes campanhas nos monopólios de comunicação; influenciam linhas de pesquisas nas universidades e treinam funcionários públicos e pesquisadores para reproduzirem seus conceitos e métodos e para determinar as áreas críticas de conservação; não levam em conta a situação das populações locais e influenciam ONGs menores através da doação de recursos, desde que sigam suas orientações.
Um exemplo é o estado do Acre, utilizado como laboratório para implementação de políticas ambientais, que transformaram-se com a ajuda do PT em política de Estado, que chamam hipocritamente de "florestania" ou "Governo dos povos da Floresta". Termos que servem para esconder as enormes contradições entre as populações de seringueiros, indígenas, ribeirinhos e camponeses com a política criminosa de entrega de nossas riquezas e território ao imperialismo. Contradições que agora estão vindo a tona na disputa pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. De um lado os seringueiros e camponeses que rejeitam o ambientalismo e brigam por construir outro caminho, de outro o oportunismo do PT encastelado nas estruturas do Estado e ligados com as ONGs estrangeiras. Em Rondônia e no restante da Amazônia não cessam as operações contra o desmatamento ilegal e de criminalização dos camponeses pobres em luta pela terra. Ao tempo em que o governo federal no ano passado licitou a primeira reserva para exploração "sustentável" por grandes madeireiras estrangeiras, a Floresta Nacional Jamari, agora realiza a regularização da grilagem dos latifundiários.
Como exemplo vemos o cerco repressivo à população de Rio Pardo na FLONA Bom Futuro, onde mais de 5 mil moradores estão ameaçados de despejo e sofrem as constantes humilhações das forças repressivas além das multas abusivas do IBAMA que já totalizam 40 milhões. Outro caso é o das populações expulsas pela construção das Usinas do Madeira.Em relação a questão agrária recentemente o governo Lula cortou verbas para reforma agrária, e o seu projeto de regularização fundiária, nada mais foi que um sinal dado aos grandes latifundiários. Em várias partes do estado a justiça, o Incra, a polícia, a imprensa marrom e bandos armados do latifúndio fazem uma grande ofensiva para expulsar os camponeses pobres de áreas antigas e novas de forma a assegurar a regularização de suas terras griladas. Ou seja, oficializar o roubo dos latifundiários. Um caso recente e que expressa bem essa situação é o do acampamento Rio Alto em Buritis, área destinada à reforma agrária grilada pelo latifundiário Edilson Cadalto com o apoio do INCRA. No dia 12 de julho, Cadalto utilizou mais de 25 homens armados para expulsar 120 famílias da área, um camponês foi atingido com tiro nas costas e vários sofreram espancamentos e humilhações. Todos os pertences das famílias foram queimados junto com barracos e alimentos.
O latifundiário contou com o apoio da PM de Buritis, que realizou operação de busca e apreensão de armas no local, dias antes do despejo feito por pistoleiros. E como é de costume ocorrer, sem nenhum mandado judicial. Nada encontraram! Os mesmos policiais agora estão escoltando a madeira ilegal, que foi negociada por R$ 1,5 milhão com a família Correia do vice-prefeito de Buritis.Há também diversos casos em Porto Velho em que populações que viviam há anos em seus lotes, estão sofrendo despejos, e toda e qualquer ocupação tem sido prontamente reprimida. Sem falar nas populações indígenas que há séculos vem sendo sistematicamente dizimadas e expulsas de suas terras.É por isso que entendemos como tarefa urgente realizar uma ampla campanha de denúncias sobre o papel nefasto da política ambiental a serviço do imperialismo na Amazônia, denunciar os abusos e crimes cometidos pelo Estado contra o povo trabalhador da Amazônia em particular aos camponeses pobres e sua justa luta pela terra.
Conclamamos a todos os verdadeiros democratas, estudantes, professores, intelectuais honestos, trabalhadores, povos indígenas e entidades democráticas a participarem de ato público a ser realizado na UNIR - Universidade Federal de Rondônia, no auditório Paulo Freire, no dia 13 de Agosto às 9:30 da manhã.

CDRADP - Comitê de Defesa da Revolução Agrária e dos Direitos do Povo
CEBRASPO - Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos
DCE - Diretório Central dos Estudantes da universidade federal de Rondônia

Porto Velho, 1º de agosto de 2009

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