martes, 24 de noviembre de 2015

BRASIL: LCP denuncia asasinatos, desaparicions e manipulación informativa.

 
 
Mais crimes do latifúndio no Vale do Jamari: líderes assassinados e camponês desaparecido

Jaru, 23 de novembro de 2015

Na noite do dia 22 de novembro Terezinha Nunes Maciano e Anderson Mateus André dos Santos, foram assassinados em casa, na Área Élcio Machado, na linha C 30, no município de Monte Negro. Segundo vizinhos, 3 homens chegaram de moto, invadiram a casa e deram cerca de 16 disparos de arma de fogo, matérias divulgaram que a polícia encontrou cartuchos deflagrados calibres 12 e 38 e que Terezinha foi golpeada de machado na cabeça e Anderson levou golpes de foice pelo corpo. Uma filha e duas netas de Terezinha estavam em casa na hora do ataque mas conseguiram fugir pela mata.

Eles lideravam ocupações de terra na região e é possível que foram vítimas de bandos fortemente armados a mando da associação de latifundiários recém-criada no Vale do Jamari para frear as tomadas de terra que tem pipocado em todo o estado.

Com o título Líder da LCP e seu amásio são mortos a tiros em Monte Negro, a página de internet Rondônia Vip, aproveitou para divulgar várias mentiras sobre a luta camponesa e a LCP. Apresentaram as vítimas como bandidos desmatadores, grileiros, quadrilha armada e a LCP como criminosa, que fatura muito vendendo terra e que ameaça de morte fazendeiros. Como sempre, não apresentaram prova alguma. A imprensa marrom não diz uma palavra sobre os latifundiários que grilam terras públicas destinadas à reforma agrária. Rondônia Vip nunca disse nada também sobre o depoimento do latifundiário Caubi Moreira Quito confessando ter contratado 10 policiais militares para fazerem serviço de pistolagem. Tampouco divulgou em suas páginas o relatório da polícia reconhecendo que pistoleiros, agentes penitenciários e policiais fortemente armados são contratados para realizar segurança privada nas fazendas da região de Buritis, sob o comando de um oficial da PM e de um ex-comandante do 7º Batalhão da PM (Ariquemes).

Os latifundiários são os maiores bandidos no Vale do Jamari, a imprensa marrom, as polícias e a “justiça” a serviço deles não tem moral alguma para acusar qualquer camponês. As massas é que devem, em assembleias populares democráticas, eleger e expulsar suas lideranças da forma e quando julguem necessário.

Camponês Valdecy está desaparecido, latifundiário Alencar é o principal suspeito

Desde a manhã do dia 11 de novembro está desaparecido o camponês Valdecy Padilha, morador da Área 10 de maio, no município de Buritis. Seu lote faz divisa com a fazenda do latifundiário Alencar, dono de uma loja de materiais de construção na cidade e que está tentando grilar as terras dos camponeses. Após o desaparecimento de Valdecy, vizinhos ouviram muitos tiros na direção da fazenda do latifundiário Alencar, por isso temem que ele tenha sido assassinado. Em setembro, ele e sua família foram atacados no lote por pistoleiros fortemente armados, conforme denunciamos (http://www.resistenciacamponesa.com/noticias/766-urgente-lutar-para-impedir-mais-um-despejo-de-camponeses-na-regiao-de-buritis).

Depois de expulsar a família de suas terras, Alencar mandou fazer uma picada cortando o lote de Valdecy ao meio. Pistoleiros deixaram uma cruz feita com cartuchos calibre 12 e espalharam panos vermelhos em toda a divisa.

Mais ataques de pistoleiros e policiais contra camponeses

No dia 4 de novembro, cerca de 25 camponeses, homens e mulheres, acampados na fazenda Santo Antônio, de cerca de 2000 alqueires, no município de Ariquemes, foram atacados por 8 pistoleiros fortemente armados e encapuzados. Os criminosos invadiram o acampamento, destruíram 2 carros e 3 motos dos camponeses, bateram com um pau grosso, facão e arma de fogo, inclusive nas mulheres, e depois mandaram-nos beijar as armas. Um camponês quebrou duas costelas, vários ficaram com escoriações pelo corpo (foto em anexo).

Os pistoleiros atacaram camponeses vizinhos do acampamento, invadindo casas, abordando na estrada, roubando e ameaçando de morte quem não contasse onde as famílias acamparam depois de serem despejadas por eles. Roubaram R$ 200 de um camponês que vende picolé nas casas, quando ele passou em frente a fazenda. Outro camponês abandonou o sítio depois que sua casa foi invadida duas vezes, com medo das ameaças. E um terceiro, quando foi denunciar estes crimes, ouviu do delegado que a polícia estava na área.

Quem se diz o dono da fazenda é Caio Brito, que trabalha com arames Belgo e mora em Ji Paraná. O acampamento localiza-se perto do Assentamento Terra Prometida, onde os líderes Tonha e Serafim foram assassinados em 2003.

Camponeses do Acampamento 13 de agosto localizado na linha C-110, travessão B-40, município de Alto Paraíso, têm sido atacados por policiais e pistoleiros. Segundo os camponeses, quando tomaram a fazenda Paraíso, ela estava abandonada, com muita capoeira, sem sede, nem curral, as poucas cabeças de gado estavam alongadas no mato. Francis Gutemberg da Silva que se diz o dono já explorou toda a madeira de lei, derrubou as matas ciliares do rio Jamari e juntou no processo judicial apenas um documento do Idaron e um requerimento do Terra Legal.

Acampados denunciaram que 20 homens fortemente armados de fuzil, pistola, espingarda 12, com máscaras, roupa camuflada e colete, atiraram várias vezes contra o acampamento e trancaram porteiras em estradas fora da fazenda. Eles seriam na maioria policiais militares de Ariquemes, amigos da namorada do latifundiário Francis Gutemberg, que é agente penitenciária na mesma cidade. Um oficial de justiça esteve na área depois de denúncias de vizinhos e teria presenciado os policiais armados e fora de sua função.

No dia 12 de novembro, quase 30 camponeses, inclusive mulheres e crianças, do Acampamento Luiz Carlos, no município de Monte Negro, foram despejados pela PM e GOE – Grupamento de Operações Especiais. O ex-prefeito Jair Mioto, que se diz dono da área, esteve presente e ameaçou matar quem ficasse nas terras. Comenta-se na região que ele é responsável por vários homicídios, inclusive o de Luiz Carlos, desaparecido em dezembro de 2014.

A PM marcou para o dia 30 de novembro o despejo de cerca de 60 famílias do Acampamento Rancho Alegre 2, no município de Pimenta Bueno, em favor do policial reformado Genival Azevedo Cavalcante. O mais absurdo é que o título desta área já foi cancelado para fins de reforma agrária, segundo o Incra (documento em anexo).

A Área de posseiros Terra Boa, no antigo Burareiro 20, de 420 alqueires, localizado na linha C-100, no município de Rio Crespo, está novamente ameaçada de despejo. Desde 2007, 36 famílias vivem e trabalham em seus lotes (fotos em anexo). Elas tiveram acesso a uma planilha do Terra Legal que consta que o título destas terras está cancelado, ou seja, ele tem que ser destinado para reforma agrária.

Funcionários do Incra que sempre garantiram aos trabalhadores que eles tinham grande chances de ganhar a terra, agora estão negando tudo. Há cerca de 40 dias um oficial de justiça esteve na área, escoltado por policiais militares. Três dias depois, uma comissão de moradores reuniu-se em Porto Velho com o Ouvidor Agrário Estadual Erasmo, o superintendente Luiz Flávio e o advogado Dr. Maguis, representando o pretenso proprietário, não identificado. O advogado disse que o Incra nunca apresentou uma proposta de compra da terra e por isso seu cliente não se interessa mais em negociá-la com o órgão. Este advogado é o mesmo que defende o latifundiário Caubi Moreira Quito, que se diz o dono das terras da Área de Posseiros 10 de maio, acusado de vários crimes contra camponeses.

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

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